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Comandante Intergaláctico
Nova geração revê 'masculinidade tóxica - 5 anos atrás
Este texto é de autoria de Matheus Moreira, para Folha de S.Paulo.

Fui ensinado desde menino que ser homem exige engolir o choro e ser muito forte. Não sou o único.

Uma enquete de âmbito nacional mostra que 72% dos quase 20 mil homens brasileiros que responderam foram ensinados a não demonstrar nenhuma fragilidade. O problema continua: 60% dos entrevistados também foram instruídos a não expressar emoções.

Mas o que é ser homem, afinal? Essa é a resposta que ao menos cem grupos de homens espalhados pelo país procuram. Os encontros são um fenômeno novo no Brasil e buscam construir uma maneira saudável de ser homem usando uma ferramenta potente: a escuta.

Em São Paulo, o terapeuta Fábio Sousa, um homem negro e carinhoso, lidera um desses grupos —do qual faço parte. O grupo foi fundado em 14 de abril de 2019, quando nove homens se encontraram para discutir seu papel no mundo. Desde então, nós nos reunimos quinzenalmente.



O embrião da ideia de Sousa para o grupo veio de uma conversa de domingo com sua companheira, quando o estupro coletivo de uma adolescente no Rio ganhou a atenção nacional, em 2017. Ele escreveu em uma rede social que se sentia impotente e desalentado diante do episódio, sem conseguir digeri-lo.

“A minha companheira me trouxe várias questões do feminismo e como isso implica na relação com os homens. Eu falei para ela do caso e ela me questionou: ‘o que você vai fazer com tudo isso?’”

Ao revisitar o que havia escrito cerca de um ano depois, e ainda sem resposta para a própria pergunta, veio a iniciativa para criar o grupo.

De acordo com a enquete "O Silêncio dos Homens", realizada pelo site Papo de Homem, 60% dos respondentes —homens de mais de 14 anos, com acesso à internet, que estejam ao menos no ensino médio e com padrão de idade, raça e região do país que reflete o da população geral—gostariam de se juntar a um desses grupos.

Em parte isso se deve à solidão —40% dos mais de 19.800 entrevistados por meio de um longo questionário online afirmam que se sentem solitários sempre ou com muita frequência. O nível de confiança da enquete é de 95%, segundo os pesquisadores.




Não somos ensinados a falar sobre o que sentimos e, de acordo a sondagem, 40% dos homens nunca ou raramente conversam com amigos sobre seus medos, dúvidas e obstáculos. Seis em cada dez homens afirmam lidar com distúrbios emocionais como ansiedade, depressão, vício em pornografia, insônia, abuso de substâncias, apostas e jogos. ​

Além disso, homens vivem cerca de sete anos a menos que as mulheres e se suicidam quatro vezes mais, segundo o IBGE e o Ministério da Saúde. Para a equipe do documentário, isso pode ser explicado pela ausência da busca por diagnóstico por homens, por medo de aparentar vulnerabilidade e por dificuldade de entender os próprios sentimentos.

Um estudo da Associação Americana de Psicologia aponta que 80% dos homens tem alexitimia, ou seja, são incapazes de reconhecer o que sentem. Na prática, isso quer dizer que medo, frustração, dor, ansiedade, são todas uma única coisa inominável e, portanto, difícil de lidar. Essa dificuldade para expressar sensações pode levar à violência.

Os homens são os que mais matam e os que mais morrem. Segundo o Atlas da Violência de 2017, 92% das vítimas dos 61.283 assassinatos no país em 2016 eram homens, e, destes, 74,5% eram negros. O mesmo perfil o perfil dos homens assassinados se repete quando olhamos para os autores destes crimes, de acordo com um estudo da FGV.

Além disso, o número de feminicídios no país também é expressivo. A OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que o Brasil é o quinto país com o maior número desse tipo de crime, que pressupõe a mulher ser assassinada em decorrência de sua condição de mulher. É uma taxa de 4,8 mulheres mortas para cada 100 mil habitantes. Na maior parte dos casos, os agressores são familiares (50,3%) ou parceiros e ex-parceiros (33,2%).

A promotora de Justiça do Ministério Público de São Paulo Gabriela Mansur desenvolveu um projeto para que homens enquadrados na Lei Maria da Penha por agressão a mulheres participem de discussões quinzenais sobre masculinidade e gênero. O projeto se tornou a Lei nº 16.732 de 2017 e já apresenta resultados. A reincidência dos condenados por agressão no âmbito do projeto caiu de 65% para 2%.

Ismael dos Anjos, um dos idealizadores do documentário Silêncio dos Homens, sobre masculinidade, aponta que o documentário traz vivências importantes para se discutir o lugar do homem negro dentro da caixa do "o que é ser homem".

“É comum, entre homens negros, ouvirmos ou sentirmos que, para alcançar a construção do que a gente imagina ser um homem, deveríamos ser duas ou três vezes melhor que os outros", afirma.

"Isso vale para o caminho de ascensão social, de busca por algum sucesso, mas também vale para os estereótipos nocivos ligados às masculinidades, como aguentar o tranco, estar sempre pronto e ativo sexualmente, se impor fisicamente e por aí vai.”

Há também que se falar sobre as masculinidades de homens não heterossexuais e transexuais. Homens trans, por exemplo, se deparam com os padrões de masculinidade quando se colocam como homens para o mundo. É o que diz o cenotécnico Lam Matos.

“Quando eu me coloco como homem para a sociedade, ela me cobra uma postura de homem. É muito recorrente entre homens trans que começam a assumir papéis masculinos que parem de chorar. Eu parei de chorar; me vejo obrigado a seguir um padrão para ser aceito como homem”, conta no filme. O documentário "O Silêncio dos Homens" fala mais sobre isso.



Fonte da matéria completa [amo]
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/08/nova-geracao-reve-masculinidade-toxica-ensinada-desde-cedo-para-70-segundo-pesquisa.shtml

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MagicoDeOz98
228 interações
Lunático
Resposta para Nova geração revê 'masculinidade tóxica - 5 anos atrás
muito interessante os fatos vou ver a matéria completa!
Tatzzz
949 interações
Comandante Intergaláctico
Resposta para Nova geração revê 'masculinidade tóxica - 5 anos atrás
que interessante, li isso vezes sem conta
Quero dormir
.Mandy.s
286 interações
Espaçonauta
Resposta para Nova geração revê 'masculinidade tóxica - 5 anos atrás
É um tema que deveria ser mais abordado no nosso cotidiano
kika2010
143 interações
Patrulheiro
Resposta para Nova geração revê 'masculinidade tóxica - 5 anos atrás
eu ja li um tumblr sobre isso, nunca tinha parado pra pensar

Fanti
3013 interações
Big Bang
Resposta para Nova geração revê 'masculinidade tóxica - 5 anos atrás
Isso é muito real cara, eu mesmo vendo as perguntas concordo totalmente com quase todas. Seria bem legal participar de um grupo desses, eu toparia. A gente tem que aprender a se aceitar mais do jeito que é. E se você não "se encaixa" nesses padrões, é taxado de várias coisas, sofre preconceito e muito mais. Isso tá enraizado na cabeça das pessoas, sociedade num geral, de uma forma que espero que com o tempo, diminua.
De4n
2684 interações
Armstrong Gagarin
Resposta para Nova geração revê 'masculinidade tóxica - 5 anos atrás
Isso é muito interessante, quem sabe um dia eu assista este documentário.

Ajudante há mais de 10 anos, ex-guardião e moderador da @HabboNight.

Consulte as FAQs: help.habbo.com.br

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