A educação hoje em dia parece ser uma qualidade que poucas pessoas realmente possuem. Quando encontramos alguém muito gentil e educado, nós até nos surpreendemos, não é mesmo? A polidez é sempre vista com bons olhos, mas um estudo pretende provar que pessoas mais refinadas têm uma tendência maior à traição.
O estudo de caso de um jogo de estratégia online foi apresentado no mês passado durante a reunião anual da Association for Computacional Linguistics, realizada em Pequim, na China. O game analisado foi o Diplomacy, que além de possuir um tabuleiro físico também tem uma versão virtual. Nele, as pessoas precisam formar alianças entre países antes da Primeira Guerra Mundial para avançar seus exércitos no jogo.
O problema é que essas alianças precisam ser desfeitas em algum momento e é aí que entra a “traição”. De acordo com os pesquisadores, as pessoas mais educadas e polidas foram aquelas que mais apunhalaram seus supostos aliados pelas costas. Já aquelas que têm um linguajar mais chulo possuem uma tendência maior à fidelidade.
A análise foi comandada pelo cientista da computação Cristian Danescu-Niculescu-Mizil, da Universidade de Cornell, nos EUA. Foram analisadas 249 partidas online de Diplomacy, nais quais houve a troca de mais de 145 mil mensagens entre os jogadores. “Nós todos sabemos que existe traição”, explicou o cientista. “Mas encontrar dados relevantes e mensuráveis é realmente difícil”, completou.
Com os dados catálogos, um computador conseguia “prever” com uma precisão de 57% qual seria a próxima estratégia do jogador. Pode parecer uma porcentagem baixa, mas os pesquisadores explicaram que ela é muito acima do que os humanos conseguiriam acertar ou até mesmo esperar de seus “amigos” na partida.
Apesar disso, o estudo ainda precisa ser aprimorado para saber como aplicá-lo em uma perspectiva que vá além do jogo virtual. A polidez, por exemplo, pode ser uma estratégia de jogo que não se aplique à vida real. Ou será que existe um padrão de comportamento obscuro entre aquelas pessoas mais educadas? Só o tempo dirá.
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