Invadimos todos os lugares que você possa imaginar, mas caso você não saiba, chegamos pra ficar! A coluna Lugar de Mulheres, proposta pela HabboNight, é especialmente para falar de meninas, mulheres, mães e filhas. Ajeite-se no sofá porque lá vem história!
Tema de hoje é a luta de mulheres indigenas, e te garanto que isso não é coisa recente. As mulheres desses diversos povos, cada qual com sua cultura e crenças luta diariamente não só contra os males do machismo, mas também pela segurança do seu território.
Como vocês notaram fiz questão de colocar mulheres indigenas com vários tipos de roupa. Por quê? Calma que já explico, primeiro a gente precisa entender que indigenas, são os povos nativos que já estavam no país bem antes de sua "colonização" e não se identificam com os povos que chegaram. Só no Brasil, são mais de 325 povos e mais de 180 línguas espalhados por todo o território. Todos com sua cultura e costume!
Hoje, em pleno século XXI, esses povos não se encontram sem avanço. Embora suas raízes e cultura sejam valorizadas, não significa que não usam os avanços tecnologicos do mundo moderno, ou não aceitem influências de outras culturas. Seria ignorância achar que indígenas não podem usar internet, ir ao médico ou usar roupas.
Lutando por respeito, seu território e sua cultura, surgem alguns nomes femininos fundamentais nessa luta. Confira:
Nascida em 1942 e pertencente ao povo Pataxó, Maria D’Ajuda Alves da Conceição, conhecida com Pajé Jaçanã, participou em lutas para conseguir terras indígenas.
Casada por 30 anos e com cinco filhos, teve de lidar com a morte do marido e dos filhos. Uma filha morreu de tosse coqueluche e um dos filhos com ataque de vermes. Outros três filhos morreram na cabana da família durante um incêndio. Pajé Jaçanã disse que essas são feridas que nunca irão cicatrizar.
Apezar de tudo, deu palestras e transmitiu seus conhecimentos as gerações mais jovens. Cuidou sozinha de seus outros filhos e lutou nos conflitos entre indígenas e fazendeiros. Com 73 anos afirmou ser feliz e estar vivendo bem.
Embora tenha nascido em São Paulo, Daiara Hori Tukano, é da etnia Tukano, povo indígena do estado do Amazonas, e possui forte atuação nas lutas indígenas pela defesa de suas culturas além de ser professora e artista plástica.
Pesquisadora do pensamento decolonial ela explica que nós de países-latinos, ainda temos um pensamento de valorizar a colonia, ou seja os países europeus. Passamos anos estudand sobre grandes nomes gregos e franceses, mas não conhecemos nossas origens indigenas e africanas. Ela explica os impactos desse pensamento, dizendo:
"O Brasil é o país que mais mata e provoca suicídio entre os indígenas no mundo. No Brasil, ainda existem batalhas entre índios e “cowboys”: trabalhadores contratados por fazendeiros que querem criar seu gado e que dão mais valor para uma cabeça de boi do que para a vida de uma criança. As terra indígenas são invadidas por madeireiros, traficantes de animais selvagens e garimpeiros. Além disso, há os impactos em outros tipos de territórios que não são os físicos, como a identidade, a ciência e o conhecimento. É o caso da apropriação de nossa ciência pela indústria farmacêutica e das nossas simbologias pela indústria da moda, que não dão qualquer retorno às comunidades das quais retiraram aquelas ideias."
Muitos jovens de povos indígenas mostram a força de seus povos por cntinuarem cosncientes dessa resistência. O feminismo indìgena não vaí apenas contra as diversas violências externas, incluindo violência e abusos, mas também enfrentam problemas dentro das próprias comunidades, como violência doméstica, e violências resultantes de hábitos introduzidos nas aldeias como o abuso do álcool e as drogas.
Vemos as lutas dessas novas jovens no YouTube e na música. Exemplo disso é Katú Mirim, uma Mãe, bissexual, ativista, periférica e rapper.
Com tudo isso, vão mostrando que esse povo resiste a suícidios, opressão e violência, mentira e preconceitos e que cabe a cada um de nós respeitar e conhecer.
E como sou gente fina, aqui vai um emblema para todos que comentarem até nossa próxima edição, 14/05/2020. Não percam, porque semana que vem tem mais!
~Os povos do Brasil!
Texto:
Sunlovers
Fontes:
Pajé Jaçanã
Daiara Tukano
Emblema:
Servidor
Gostou? O que sabe dos indígenas?
Nos vemos semana que vem!